11/03/2014

Cuidados com os cães surdos - artigo Martha Follain

ANIMAIS COM NECESSIDADES ESPECIAIS – CÃES SURDOS



Deficiência auditiva ou surdez, é a incapacidade parcial ou total da audição. Pode ser congênita ou adquirida. A surdez congênita é irreversível. E está, frequentemente, associada a alterações de pigmentação, tais como pelagem branca e olhos azuis. Há 35 raças com probabilidade genética de surdez (boxer, cão das
Montanhas dos Pirineus, etc.), porém, os dálmatas apresentam maior porcentagem: 30% dos dálmatas nascem surdos. (entre os gatos da raça persa, geralmente, a cor branca associada a olhos azuis está geneticamente relacionada a problemas de audição. Os gatos brancos com apenas um dos olhos azuis pode ser surdo de um ouvido, enquanto que os bichanos com ambos os olhos azuis podem ser totalmente surdos). Mas, todos os cães são passíveis de perder a audição, quer por doença, ferimento ou velhice. Algumas formas de surdez são tratáveis: pêlo bloqueando o canal auditivo; excesso de cera; inflamação do canal auditivo; perfuração do tímpano; ambientes muito barulhentos; traumatismo craniano; envelhecimento.

Muitas pessoas rejeitam o cão surdo, por acharem que é menos inteligente, temperamental, e que não será capaz de aprender comandos básicos. Nada mais distante da verdade! Um cão surdo é feliz se tem o amor de seu tutor – talvez, só necessite de um pouco mais de paciência para o adestramento.  Segundo Alexandre Rossi, zootecnista e comportamentalista animal: “Treine o comando “vem” com uma canetinha a laser. Ponha um petisco no chão, sem que o cão o veja, e movimente o pontinho vermelho de luz no sentido dele até a guloseima, que será o prêmio pelo cumprimento do trajeto. Quando o cão tiver aprendido, faça o pontinho luminoso vir dele até você. Se ele vier junto, recompense-o. Nunca direcione o laser para os olhos do cão, pois isso pode comprometer a visão. Se o cão ficar muito agitado para “caçar” a luzinha, não faça movimentos bruscos nem muito rápidos. Para treinar o comando “não”, tenha à mão uma lanterna com luz branca. Ponha um pedaço de carne num prato próximo ao cão. Quando ele vier abocanhá-lo, pisque a lanterna. Ao mesmo tempo, borrife a cara dele com água. O incômodo combinado com a frustração de não conseguir a comida, fará o cão associar as piscadas de lanterna a algo desagradável. Ele aprenderá que quando a lanterna pisca, deve interromper o que faz. Para obter informações sobre profissionais com experiência em adestramento de cães surdos, ligue para (11) 7814-2633 ou (11) 3862-5865.”

A comunicação gestual é fundamental: o cão aprenderá os gestos correspondentes às ordens que o tutor queira dar, às atividades, etc. O cão aprenderá a procurar sinais nas mãos e expressões faciais, assim como nos objetos, como a tigela da comida ou a guia. Chamar o cão pode ser um problema se ele se afastar demasiado. Portanto, fora de casa, ele deverá, SEMPRE, estar na guia.

Os gestos:
 - para cada ordem o mesmo sinal deverá ser repetido;
 - os sinais devem ser simples;
 - os sinais devem ser facilmente reconhecíveis pelo cão, mesmo à distância;
 - os sinais devem ser feitos usando-se  apenas uma  das mãos, para  que o animal possa seguir com os olhos;
 -  os sinais devem ser aprendidos por todas as pessoas que lidam com o cão;
- há sinais de obediência  padrão. O tutor pode aprendê- los numa escola de obediência e treino.

É muito importante o diagnóstico de surdez, dado por um médico veterinário através do teste BAER (Brainstem Auditory Evoked Response). Porém, os testes aplicados pelo tutor e a consulta veterinária podem determinar  a surdez bilateral ou unilateral (de um ouvido só). Somente o veterinário pode indicar o teste BAER. Um teste caseiro: fazer algum barulho, por exemplo, bater duas tampas de panela, ligar o aspirador de pó, etc., com o cão virado de costas para a origem do barulho.  

Sinais de possível surdez:
- coçar, frequentemente, as orelhas;
- dormir demais;
- latir, excessivamente, sem propósito;
- indiferença em relação a sons;
- desobediência aos chamados vocais:
- abanar, frequentemente, a cabeça;
- desatenção;
- não acordar quando é chamado;
- mau cheiro, proveniente dos ouvidos.

Exercício é sempre essencial . No entanto, um cão surdo não deve ser deixado nunca à solta, pois não ouve os chamados do tutor e pode fugir, além do que, não ouve os sons dos carros e pode ser atropelado. A guia é essencial, assim como uma etiqueta  na coleira, com o nome do animal, telefone do tutor e menção à surdez. Uma coleira de peito, em vez de uma de pescoço, anula a possibilidade de o cão, se assustado, recuar e a guia escapar pela cabeça.

Segundo a Federação Internacional  “American Pitbull Terrier”, Delegação Portuguesa, 10 dicas para lidar com um cão surdo: 
- aprenda a comunicar–se com o seu cão;
- faça-o sempre saber que está por perto;
- seja sempre gentil;
- treine-o com muitas recompensas e encorajamento;
- permita que se aproxime de estranhos farejando primeiro as suas mãos;
- vede os espaços exteriores onde o cão vive - é essencial para a sua segurança;
- estabeleça um treino regular e contínuo;
- ame-o e aceite-o com as suas necessidades especiais;
- prenda-o a você dentro de casa (coleira umbilical), para o ajuste inicial, educação básica, relacionamento e segurança dele;
- nos passeios, mantenha-o sempre na guia e perto de você: dá segurança a ambos. Coloque uma etiqueta na coleira com seu nome . seu telefone e a palavra “SURDO”.

Todo cão requer alguns cuidados. O cão surdo, apenas mais um pouco de paciência. Você e seu cão poderão desfrutar de um convívio feliz – para ele, o que importa, é o amor que você lhe devota.

Cão surdo aprende linguagem de sinais e ganha prêmio de obediência 


Vicky Tate, uma britânica de 65 anos que vive em Essex, na Inglaterra, criou sua própria linguagem de sinais para se comunicar com Zippy, seu cachorro de estimação da raça Boston Terrier. O curioso é que, apesar de ser totalmente surdo, o animal acaba de ganhar o mais importante prêmio de obediência concedido pela Kennel Club, uma reconhecida entidade de defesa dos animais.
“Foi a primeira vez que a Kennel Club concedeu o prêmio a um cachorro com problemas de audição e todos ficaram surpresos quando ele venceu”, afirmou Vicky ao jornal Daily Mail. A britânica passou a criar Zippy quando ele tinha 7 semanas (hoje, ele tem dois anos) e logo descobriu que havia algo de errado com ele. “Ele não respondia quando o chamavam”, contou. Um teste num hospital veterinário confirmou a surdez.
Além dos movimentos de mãos e pernas para se comunicar com o animal, a senhora Vicky colocou em Zippy um colar vibratório especial, que ela pode acionar para atrair a atenção e dar algum tipo de instrução ao cão. “Também falo com ele o tempo todo, porque apesar de não poder ouvir, ele pode entender minhas expressões faciais”, diz a mulher. “Antigamente, era comum sacrificar animais que fossem surdos, mas eles podem ter uma vida satisfatória. Zippy é meu grande amigo”, completa.
“O prêmio dado a Zippy mostra que um bom treinamento está acessível a todos os cachorros”, afirma Heidi Lawrence, educadora do Kennel Club.
Por Mariana Caetano.

Fontes:



Martha Follain – Formação em Direito, Programação Neurolinguística, Hipnose, Regressão. Terapia Reikiana, Terapia Floral de Bach, Aromaterapia, Fitoterapia Brasileira, Terapia Ortomolecular, Terapia Floral de Minas, Bioeletrografia, Psicoterapia Holística.
para animais e humanos. CRT 21524 e CRTH 0243
Cursos à distância – objetivando animais e humanos
mfollain@terra.com.br
www.floraisecia.com
Texto registrado na Biblioteca Nacional – Direitos Autorais. Artigo 184 do Código Penal.
Reprodução somente com a inclusão de todos os créditos da autora.

3 comentários:

  1. Encontrei uma cadela surda na rua. Descobri depois de uns 2 dias. É uma pitbull branca. Eu toco o lombo dela para ela me olhar. Ela já aprendeu que aquela pressão sou eu. Aprendeu também a minha mão apontando para o lado que ela deve ir. O 'não' também com a mão. Ela me olha muito sempre, em busca de informações e contato visual. Ou seja desenvolvemos uma linguagem própria e a inteligência e amor dela por mim fez o resto.

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  2. A Cadela aqui de casa, de 14 anos, está surda há pelo menos um ano. Ela nos atende por gestos e expressões faciais, atitude que já vínhamos praticando naturalmente ao longo de sua vida, logo, ficou mais fácil este "entendimento" entre nós.
    Notei somente uma diferença depois dessa surdez: ela fica o tempo todo ao lado de algum membro da casa, ora deitada, ora parada no meio do caminho. Nossa atenção se intensificou para que, numa virada brusca, não pisemos sobre ela.
    Acredito que essa presença constante ao nosso lado, deva ser uma preocupação a fim de saber o que estamos fazendo ou em que local estamos, pois sabemos que os animais se acostumam com a rotina e, queiram sim ou queiram não, eles sabem muito mais que nós. Também entendo que acompanhamento lado a lado possa estar associado ao medo de ficar sozinha.

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