MATERIAL PARA SUA REFLEXÃO SOBRE O COMPORTAMENTO DA INDÚSTRIA DA "PESQUISA"... AQUELE MESMA QUE USA E ABUSA DOS NOSSOS AMADOS ANIMAIS
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Artigo denuncia manipulação de pesquisas
Laboratórios usam testes feitos em drogas já disponíveis no mercado para vender produtos, diz revista britânica
Função desse tipo de estudo é avaliar segurança de uso das drogas na população; indústrias se defendem
DÉBORA MISMETTI
EDITORA-ASSISTENTE DE “CIÊNCIA+SAÚDE”
A "tortura" de dados para obter resultados favoráveis em estudos sobre medicamentos novos no mercado é uma prática comum dos laboratórios, segundo denúncia publicada ontem no "British Medical Journal".
De acordo com o autor, um ex-funcionário de um grande laboratório que escreveu sob anonimato, os estudos realizados após a aprovação das drogas têm como objetivo alavancar as vendas dos produtos, e não determinar sua segurança de uso.
O artigo foi publicado junto com análise de estudos pós-venda de alguns remédios contra diabetes tipo 2.
Esse tipo de pesquisa é feito quando a droga está no mercado e, portanto, já passou pelas três primeiras fases de teste, necessárias para que o remédio possa ser vendido.
Depois disso, são feitos estudos de fase 4 ou observacionais, que analisam o desempenho da droga na "vida real", sem as intervenções dos cientistas e os controles das pesquisas laboratoriais.
De acordo com o reumatologista Marcelo Schafranski, autor do livro "Medicina - fragilidades de um modelo ainda imperfeito" (Ed. Schoba), a análise pós-venda é importante para avaliar o peso dos efeitos colaterais e o custo-benefício das novas drogas.
Mas faltam regras para controlar a metodologia desses trabalhos, muitas vezes patrocinados e elaborados pelas próprias fabricantes dos remédios. "Os resultados publicados são escolhidos após a coleta dos dados. São selecionados desfechos favoráveis para o fabricante do remédio, em vez de resultados como número de mortes ou internações em UTI. Do jeito que está, esse tipo de estudo não tem credibilidade."
Segundo a análise feita por Edwin Gale, professor na Universidade de Bristol, sobre estudos de análogos da insulina conduzidos pelos laboratórios Novo Nordisk, Eli Lilly e Sanofi, falta rigor científico nos trabalhos.
Um dos estudos, com mais de 66 mil pessoas, acompanhou os voluntários por 18 meses (quando o ideal para esse tipo de pesquisa são cinco anos) e exigia como comprovação de efeito colateral (hipoglicemia) um exame laboratorial. Com isso, foram registrados pouquíssimos desses eventos, dando aparência de vantagem da nova droga sobre a antiga.
Os laboratórios defendem seus métodos.
De acordo com o texto publicado pelo ex-funcionário da indústria, além de mexer nas estatísticas, os laboratórios permitem que o departamento de marketing acompanhe todas as etapas dos estudos. O grande número de pacientes participantes serve, segundo ele, para disseminar a prescrição do novo remédio entre os médicos.
"Levávamos [médicos] para os melhores hotéis e restaurantes durante as reuniões. Depois, atuavam como 'embaixadores', dando conferências, ensinando médicos e falando com a mídia sobre os benefícios da droga."
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O Outro lado
DA EDITORA-ASSISTENTE DE “CIÊNCIA+SAÚDE”
As empresas citadas nos artigos do "British Medical Journal" responderam por meio de nota aos questionamentos publicados.
O laboratório Sanofi afirmou que acredita que os ensaios clínicos devem contar com objetivos científicos claros "para ampliar a base de evidências em prol dos interesses dos pacientes".
Segundo o comunicado, esse princípio é aplicado em todas as pesquisas conduzidas pela empresa. A Sanofi diz ainda que os estudos atendem aos quesitos éticos e regulatórios do Brasil.
"No país, foram e são realizados estudos de alto grau de evidência científica, visando ao melhor controle do paciente com diabetes."
A farmacêutica Eli Lilly afirmou que "não realiza pesquisas médicas com a intenção de que a condução do estudo aumente as vendas de um medicamento".
A empresa disse ainda que continua comprometida com a realização de pesquisas de impacto e relevância, que respondam a questões científicas e clínicas.
A Novo Nordisk disse que seus estudos clínicos estão "100% alinhados" com regras estabelecidas pelas agências regulatórias de cada país.
(DM)
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A Novo Nordisk fica na minha cidade. Será que há mais de uma? Mas, fiquei curiosa para saber mais a respeito, o que fazem com os animais...Ai, ai, ai. Tenho uma sobrinha que trabalha lá.
ResponderExcluirA leitura do texto só faz reafirmar um sentimento presente em minha pessoa já há muito - A sociedade moderna se transformou em uma engrenagem ganaciosa, hipócrita e manipuladora. Há alguns anos, influenciada por um sobrinho de 11 anos, eu acompanhava a série "Arquivo X" e lembro-me de um episódio que me atraiu muito a atenção sobre 'galinhas comendo galinhas'. O episódio em questão, mostrava de forma velada, o que a indústria de carnes e laticínios havia se transformado e que mais tarde,em documentários que abordam o veganismo eu descobri- Os produtores usavam as visceras dos animais mortos para fazer sub-produtos, um dos quais, ração para alimentar as galinhas que por eles eram compradas para ser abatidas. Lucro é o objetivo. Seja na indústria farmaceutica, da carne, laticínios. Não existe ética, escrupulos, respeito. Se não aparecerem pessoas extremamente competentes e corajosas o suficiente para confrontar esta engrenagem, não sei como escaparemos disto... Só no fim do mundo, mesmo..
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