08/02/2017

Defensor de animais com leishmaniose assume CCZ e quer fim do 'descarte' - Campo Grande

Todas as pessoas que fossem ocupar cargos do gênero teriam que ter este perfil, não?
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Veterinário quer incentivar adoção pare evitar cães e gatos 'no lixo'

Pela primeira vez, o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses de Campo Grande) deve passar por mudanças na política de recolhimento e doação de bichos. O veterinário e professor da universidade federal de Mato Grosso do Sul, André Luis Soares da Fonseca, defensor do tratamento em cães com leishmaniose, assume o órgão e quer incentivar a adoção para acabar com o 'descarte' de cães e gatos.

Como profissional, André fez duras críticas à
atuação do CCZ na Capital, principalmente no tocante a animais infectados pela Leishmaniose. Em virtude de seu posicionamento na defesa de animais infectados, chegou a realizar atendimentos gratuitos e acabou na mira do Conselho de Medicina Veterinária de Mato Grosso do Sul em 2015. O caso ainda corre na justiça.

Ciente das necessidades do único centro público a abrigar animais na Capital, o veterinário contou que já há projetos definidos para melhorar o controle, como a 'carrocinha do bem' para recolher animais desamparados, sobretudo cães e gatos, para serem castrados. "Por seu caráter lúgubre, a carrocinha costumeiramente é mal-vista pela população, percepção que deve ser mudada", disse.

A ideia é consequência, segundo André, do número alto de animais sacrificados pelo CCZ e resultado da ausência de critérios para o procedimento: São 18 mil por ano, aproximadamente, com base em relatório do ano de 2013 – Deste ano em diante não se sabe se a quantidade de mortes.

Hoje em dia a castração é oferecida somente uma vez ao mês, em todo dia 20 ou no primeiro dia útil seguido, e são oferecidas poucas vagas. Em alguns casos a espera passa de três meses. “O impacto dessa política é que em 3 ou 4 anos, essa população terá reduzido para 80 mil por causa da castração”, disse.

“É ir em um bairro como o Dom Antônio Barbosa, por exemplo, recolher animais, castrar e devolver à comunidade, não levar para matar. Falta consciência nessa pessoa que às vezes não tem nem portão em casa, mas tem um animal, e o nosso papel é esclarecer, será uma função humanizada. A longo prazo isso vai reduzir os problemas com a população animal”, explicou.

O grande volume de eutanásias, de acordo com André, também é consequência da ausência de controle da população animal, são 162 mil entre cães e gatos. A meta é reduzir para menos de 1 mil.

Em relação a Leishmaniose, o veterinário declarou que um dos problemas a serem enfrentados é a falta do real conhecimento sobre o assunto, e o descarte de animais por causa da doença será freado. “A pessoa vai levar o animal lá para entregar, mas a gente vai orientar. Estar positivo para a doença não quer dizer que o cão oferece risco à vida humana. Ele pode ser tratado e nós vamos orientar”, declarou.

A eutanásia em animais com leishmaniose deixou de ser usada para o controle da doença, e passou a ser proibida em Campo Grande por decisão do Tribunal Federal de Justiça. A mudança ocorreu uma ONG conseguir uma liminar que obrigava o CCZ a devolver o cão Scooby, que tinha sido recolhido e seria sacrificado porque tinha leishmaniose. O cão ficou famoso após ser salvo de uma eutanásia; Ele foi amarrado em uma moto e arrastado pelo dono até o centro.

Abrir o CCZ para visitação e adoção permanente

A proposta é instalar uma campanha permanente de adoção, enquanto hoje os animais só podem ser adotados entre às 17 e 19 horas. O acolhimento passará a ser autorizado durante todo o dia, a seguir o exemplo do que já existe em outras cidades. “Poderão visitar o centro, levar os animais que estão no CCZ para passear. A ideia é ajudar na sociabilização e adaptação dos cães e gatos que estão abrigados no Centro, contou.

Pronto Atendimento

Apesar das promessas passadas, Campo Grande ainda não tem um hospital veterinário. A ideia é instalar um pronto atendimento que sirva de raio-x para o problema, assim como funciona as unidades básicas de saúde, por exemplo. Hoje são apenas 4 veterinários no local e o quadro deve ser ampliado para 8.
Em 2012, o então prefeito Nelson Trad Filho chegou a lançar o projeto de uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Veterinária, mas a ideia nunca saiu do papel.

O Centro de Controle de Zoonoses fica na Avenida Senador Filinto Müller, 1601 - Vila Ipiranga, ao lado do campus da UFMS.

FONTE: midiamax

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