17/02/2017

Brasil começa mudança para uma produção de ovos menos cruel

Acho que tudo é válido para esclarecer pessoas que nunca pensam a respeito.... Aliás, o que estamos fazendo para mobilizar pessoas e prepará-las para continuar na luta em defesa dos animais? O artigo foi escrito pela Elizabeth Mac Gregor - Diretora de educação do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal (FNPDA).
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Entenda porque isso é bom para os animais e para a saúde humana

Já imaginou algo pior que ser forçado a viver em um apartamento minúsculo, lotado com outras pessoas, algumas já mortas e em decomposição, e onde você não conseguiria sequer esticar seus braços ou caminhar? E ainda com mais pessoas no andar de cima excretando em você por meio de um piso vazado? É assim que vivem a grande maioria das 100 milhões de galinhas usadas para
produzir ovos no Brasil. Mas a boa notícia é que isso está começando a mudar.

A vida das galinhas poedeiras é de tortura. Mais de 95% das galinhas usadas na produção industrial de ovos no Brasil passam suas vidas inteiras enclausuradas em gaiolas em bateria. Nessas gaiolas, as aves vivem tão apertadas que não podem sequer se virar ou abrir as asas. Cada gaiola confina de 5 a 10 animais juntos e fornece um espaço menor do que uma folha de papel A4 para cada ave. Devido às difíceis condições, muitas delas não sobrevivem. Já as que conseguem viver, frequentemente são forçadas a continuar entre os restos das que morreram, às vezes em decomposição. O empilhamento das gaiolas também pode resultar em aves excretando umas sobre as outras.

Diante da demanda dos consumidores e esforços de ONGs de proteção animal, diversas grandes empresas já adotaram políticas de sustentabilidade para eliminar esse sistema cruel de suas cadeias de fornecimento. Elas incluem: Unilever (que fabrica as maioneses Hellmann's e Arisco), Cargill (fabricante das maioneses Liza e Maria), Grupo Bimbo (dono das marcas Pullman e Ana Maria) e diversas das maiores empresas do fastfood como McDonald's, Burger King, Subway, Bob's, Spoleto, KFC, Pizza Hut, Giraffa's, Frango Assado e Viena.

Embora sistemas livres de gaiolas - cujos ovos são rotulados como livre-de-gaiola, caipira ou orgânico - não sejam livres de sofrimento ou crueldade, se eles forem bem administrados, eles têm o potencial de reduzir significativamente o sofrimento dos animais. Neles, ao invés de viverem em gaiolas apertadas, as galinhas vivem em galpões – com ou sem acesso a áreas externas para pastorear, sendo o acesso a área externa, presente nos sistemas caipira e orgânico, a condição mais adequada. Nesses sistemas, ainda que os fatores que causam estresse e sofrimento não sejam totalmente eliminados, as galinhas podem realizar comportamentos naturais que são importantes para o bem-estar da espécie como caminhar, ciscar, botar ovos em ninhos, tomar banhos de areia e empoleirar-se.

E isso também tem implicações positivas para a segurança dos alimentos. No estudo mais completo já realizado a respeito, a União Europeia constatou que o risco de contaminação por salmonella é até 25 vezes maior em sistemas de gaiolas, do que em sistemas livres de gaiolas. A contaminação por salmonella é a causa principal de intoxicações alimentares e mortes relacionadas a elas no Brasil. E os ovos são umas das principais fontes de intoxicações alimentares em humanos.

Dada tamanha crueldade e risco alimentar, já passou da hora do setor de supermercados também aderir a esse movimento. Uma campanha do Fórum Animal, maior rede de entidades de proteção animal no Brasil, pede que o Grupo Pão de Açúcar, maior varejista do país, assuma a liderança e adote uma política de somente vender ovos produzidos sem gaiolas em suas operações - que incluem as redes Pão de Açúcar, Extra e Assaí.

A empresa já está ciente da demanda, mas ainda não anunciou uma política de transição. Como consumidores conscientes, todos nós podemos exercer nosso papel nesse processo de mudança. Acesse o site da campanha e participe. Os animais e a saúde humana agradecem.

2 comentários:

  1. o bom mesmo é deixar de consumir os ovos.

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  2. Ao invés de "começar uma mudança para uma produção de ovos menos cruel", bonito seria deixar de consumir esse produto, começando a tratar com respeito as galinhas, indenizando-as pelos séculos de exploração e carnificina com essa espécie sofrida da Criação que, quando não tem seus ovos roubados pelos humanos, acaba esquartejada em uma bandeja de Super Mercado antes de ir para a panela. Já passou da hora da mudança da barbárie para o progresso mas a maioria continua cega chupando o osso da pobre até engasgar junto com a omelete de cada dia.

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