17/01/2017

"Se cachorro conhecesse dinheiro, não andava com a gente"

O camarada tem razão.....
------------------------
Cães dos moradores de rua são companheiros e protetores de seus donos

Enquanto a cidade se distancia de parte de seus moradores, aqueles que vivem na rua, outros habitantes de Jaú deles se aproximam. Oferecem carinho e companhia, sem repulsa e julgamento. Os cachorros dos andarilhos são amigos e protetores daqueles que, já há algum tempo, perderam as dimensões de amizade e proteção.

Luís Carlos Celestino, 42 anos, é um dos seis moradores da Praça Jorge Tibiriçá, a Praça do
Parquinho. No local, homens e mulheres dormem todos os dias – alguns ao relento, outros amotinados nos brinquedos abandonados. Mas eles não estão sozinhos: Neguinha e Guinu, dois vira-latas, são os guardiões do espaço.

No dia anterior, enquanto Celestino coletava material reciclável, Neguinha o acompanhava. “Se ela não está com um, está com outro, é uma companheira”, conta.

Os bichos são bem tratados. Em geral, tudo o que o grupo ganha é compartilhado com os animais, até mesmo as marmitas. Redes de voluntários garantem outros suprimentos, vacinação e vermifugação (leia texto). Os cães são dóceis.

Falta de dados
A dramática rotina das pessoas em situação de rua é amenizada pela presença desses animais. 

Não há dados precisos sobre a quantidade de mamíferos domésticos em Jaú – segundo o Centro de Vigilância Epidemiológica, há em torno de 17 mil cães no Município, mas o órgão do governo do Estado não contabiliza os chamados “errantes”, que não têm onde ficar. Até os animais de rua são invisíveis para as estatísticas oficiais.

Não para Luís Celestino. Guinu dorme com ele, no túnel de concreto do parquinho. “Eles fazem tudo com a gente, e a gente trata eles com o que a gente come. Os cachorros estão ‘tudo gordão’”, observa. De fato, a Associação Protetora dos Animais de Jaú (Apaja) não recebe relatos de maus tratos cometidos por andarilhos, muito pelo contrário.

Vem dele a frase que intitula esta reportagem: “se cachorro conhecesse dinheiro, não andava com a gente”. 

Outro morador que não abre mão da companhia dos cães é Paulo Sérgio Benvindo, 44 anos. Ele vive nas ruas desde 1993. Os cachorros não são dele “oficialmente”, mas ele reconhece a importância que a companhia deles exerce no dia a dia nas ruas. “A cachorra cuida da gente, principalmente de noite”, comenta com a reportagem, enquanto Neguinha se refastela na grama.

Todos têm uma história com cães para contar – a maioria delas se refere a inexplicáveis reencontros entre o dono e o animal, após dias de internação ou fora da cidade. São, afinal, amigos.

4 comentários:

  1. animais!!!! de todas as especieis tem amor incondicional!!!!!

    ResponderExcluir
  2. Eu tenho visto um número maior de moradores de rua na Tijuca com cães para aumentar a arrecadação de dinheiro de esmolas.
    Não vi nenhum sendo maltratado mas eu estou começando a ficar preocupada.

    ResponderExcluir
  3. Desculpem, não tenho dó de morador de rua, apenas dos animais que eles usam para comover as pessoas e pedir dinheiro pra pinga.

    ResponderExcluir
  4. Na saúde ou na doença, na alegria ou na tristeza, na riqueza ou na pobreza até que a morte os separe, só mesmo a fidelidade de um animal.

    ResponderExcluir

Agradecemos seu comentário, porém, não publicaremos palavrões ou ofensas.
Os comentários não representam a opinião do portal; a responsabilidade é do autor da mensagem.

EM DESTAQUE


RECEBA NOSSOS BOLETINS DIÁRIOS

Licença Creative Commons

"O GRITO DO BICHO"

é licenciado sob uma Licença

Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Não a obras derivadas

 

SAIBA MAIS


Copyright 2007 © Fala Bicho

▪ All rights reserved ▪