Adorei!!!!!!!!!
“Estamos todos numa solidão e numa multidão ao mesmo tempo.”
Zygmunt Bauman
O sociólogo polonês Zygmunt Bauman declara que vivemos em um tempo que escorre pelas mãos, um tempo líquido em que nada é para persistir. Não há nada tão intenso que consiga permanecer e se
tornar verdadeiramente necessário. Tudo é transitório. Não há a observação pausada daquilo que experimentamos, é preciso fotografar, filmar, comentar, curtir, mostrar, comprar e comparar.
tornar verdadeiramente necessário. Tudo é transitório. Não há a observação pausada daquilo que experimentamos, é preciso fotografar, filmar, comentar, curtir, mostrar, comprar e comparar.
O desejo habita a ansiedade e se perde no consumismo imediato. A sociedade está marcada pela ansiedade, reina uma inabilidade de experimentar profundamente o que nos chega, o que importa é poder descrever aos demais o que se está fazendo.
Em tempos de Facebook e Twitter não há desagrados, se não gosto de uma declaração ou um pensamento, deleto, desconecto, bloqueio. Perde-se a profundidade das relações; perde-se a conversa que possibilita a harmonia e também o destoar. Nas relações virtuais não existem discussões que terminem em abraços vivos, as discussões são mudas, distantes. As relações começam ou terminam sem contato algum. Analisamos o outro por suas fotos e frases de efeito. Não existe a troca vivida.
Ao mesmo tempo em que experimentamos um isolamento protetor, vivenciamos uma absoluta exposição. Não há o privado, tudo é desvendado: o que se come, o que se compra; o que nos atormenta e o que nos alegra.
O amor é mais falado do que vivido. Vivemos um tempo de secreta angustia. Filosoficamente a angustia é o sentimento do nada. O corpo se inquieta e a alma sufoca. Há uma vertigem permeando as relações, tudo se torna vacilante, tudo pode ser deletado: o amor e os amigos.
Eu prefiro um gatinho no colo, distraidamente sendo acariciado enquanto o "caos" reina no mundo lá fora. Para ele, um colo e um afaga é que valem e, para mim, é momento de refletir, entender, aprender e até chorar, se for o caso. Mas, a companhia agradável e compreensiva a ponto de não se abalar com o problema e sim, inspirar uma solução com sua sabedoria felina, é a melhor coisa que eu posso ter. Não preciso de redes sociais, tenho meus amados e sábios gatos!
ResponderExcluirExcelente escolha, Sheila! Muito bom esse texto, ainda não tinha visto. Esse é mais um ''fera'' que escancara o que a hipocrisia tenta esconder. Ele é autor do conceito “modernidade líquida” e sentencia que vivemos o fim do futuro. Concordo.
ResponderExcluirBelas e sábias palavras, mas devo discordar em parte porque: sim. acho mesmo que é preciso fotografar, filmar, mostrar e comentar porque é assim que estamos expondo a cara de delinquentes e seus crimes, e ainda, em qualquer relação, mesmo não sendo virtual, discussões por mais tolas que fossem, terminaram em grandes guerras. Fato.
ResponderExcluirAcho que essa superficialidade atual em tudo que nos rodeia é ótima, pois discussão até pode representar crescimento interior, mas ... me estressa, sabe? então, do alto dos meus 60 anos, escolho me estressar o mínimo possível. Fui pessoa de participar de muitas discussões, hoje não as quero mais e adoro essa superficialidade trazida pelas novas tecnologias .Se não gosto, deleto mesmo e ponto final. Prefiro me aprofundar nas minhas preocupações com a causa animal. Só eles merecem meu estresse. Em tempo: excelente texto, inteligente análise do autor, a quem muito admiro.
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