Oi, pessoal
Durante minha trajetória como antivivisseccionista sempre procurei argumentos irrefutáveis para serem analisadas tanto por um juiz como por qualquer pessoa da sociedade. Argumentos que derrubem o poder médico-científico e desmascarem a inutilidade do uso de animais em pesquisas. O livro "A verdade sobre laboratórios farmacêuticos" de Marcia Angell, nos dá régua e compasso para desenharmos o perfil de profissionais da biomedicina que estão nas trevas da evolução. Além, matérias diárias em jornais são desconsideradas por conta de nossa omissão e indiferença. Quando digo "nossa" me refiro a nós, profissionais do direito animal. São matérias jornalísticas que nos dariam embasamento para questionar qualquer experimento em qualquer unidade do maior alto "gabarito" científico. Temos tudo nas mãos. E o que é feito? Nada. E pior, derruba-se quem deseja fazer.
Muita gente sabe que fui conveniada com a Prefeitura do Rio por dois anos, embora trabalhasse como voluntária nos cinco anos anteriores. Minha sede ficava dentro do Instituto Municipal de Medicina Veterinária Jorge Vaitsman que realizava cirurgias experimentais. Planejei criar um Banco de Dados sobre pesquisas com animais para fornecer embasamento para o resto do país que até hoje nada tem. Lá, através de nosso veterinário Dr. Victor, apresentávamos alternativas para substituição de animais. É o que manda a lei.
Nesta época, produzimos e editamos o primeiro livro no Brasil sobre a antivivissecção chamado "A verdadeira face da experimentação animal" (2000) até hoje considerado um “vade mecum” neste setor. Enquanto recolhia informações e dados preciosos contra uma classe de profissionais que se utilizam de financiamentos públicos, apenas, para conquistar status pessoais com publicações em Revistas Especializadas, um grupo de protetores mal informados, mal intencionados e muito mal preparados para militarem no assunto, derrubaram todo um planejamento consciente e profissional.
O que acontece hoje aqui no Município do RJ? As pesquisas, as cirurgias experimentais e testes acontecem sem o mínimo controle. Recentemente, recebi denuncia de cirurgia experimental no Hospital Silvestre. Fui lá. Vejam a foto. E o que foi conseguido após uma parceria trágica que fiz com assessores de um deputado estadual? Que em vez de cães a instituição usassem porcos. Que sucesso, não? Desisti por conta do despreparo de meus parceiros.
Enquanto protetores ignorarem a realidade e insistirem em atrapalhar os verdadeiros profissionais, não vamos chegar a nada. Temos, hoje em dia, tudo para infernizarmos o setor da pesquisa biomédica. E o que pensam os medíocres em fazer? Aceitar a convocação do CONCEA para participar como integrante deste Conselho. Tenha santa paciência!!!! Mesmo sendo avisados que a convocação é jogo de cartas marcadas, se consideram capazes de estarem “lá dentro” para denunciarem as "irregularidades"... Denunciarem para quem, cara pálida?
Bem, isto é mais um desabafo contra a mediocridade. O que quero oferecer é esta matéria de jornal para ser usada por quem se interessar em fazer um bom trabalho na luta antivivisseccionista. Jornal O Globo em 20/08/09.